A intervenção urbana é uma forma de arte cujo objetivo é interagir, de maneira criativa e poética, com o espaço cotidiano e as pessoas. As intervenções são capazes de reinventar, ainda que momentaneamente, novos sentidos ao espaço escolhido e suscitar novas percepções às pessoas.

19.3.14

Artista canadense interfere poeticamente nas ruas


Para intervir na imagem e no fluxo das cidades coragem e determinação para enfrentar os possíveis entraves, afinal, a linha que separa o que é público e privado nas ruas é muita fina. O artista canadense Peter Gibson, por exemplo, acumulou 53 acusações de pintar locais públicos ilegalmente. Mas, mesmo assim, ele continua buscando formas de alterar poeticamente o país onde mora.

O artista trabalha desde 2001 utilizando a técnica de pintura com tintas spray e stencil para alterar imagens que são referenciais não só do dia a dia do canadense, mas que chamariam a atenção em qualquer local do planeta.

Para conhecer mais sobre o trabalho de Peter Gibson (Roadsworth) acesse: roadsworth.com

Confira mais imagens do trabalho de Peter Gibson.

Fotos: divulgação site roadsworth.com




16.3.14

Entre Saltos, em Campinas, reuniu diversas mulheres no Jardim Itatinga

Foto: Rodrigo Dionisio
Mais de 40 mulheres andaram pelas ruas do bairro mostrando a força de ser mulher.

Quando o Coletivo PI propôs a Funarte o projeto Entre Saltos, o intuito era mostrar, por meio da performance e das artes visuais, a  capacidade de criação artística e a força do feminino. Para isso, todas as mulheres foram convidadas a participar, independente de profissão, classe ou histórico. Em São Paulo, em 22 de fevereiro, foi realizada a performance que encontrou com o grupo feminino Ilú Obá de Min no Vale do Anhangabaú. A segunda performance foi realizada no bairro Jardim Itatinga, em Campinas – SP, considerada a maior zona de meretrício da América Latina.

A primeira pergunta repetida por pessoas da área da cultura ou não foi “Por que fazer no
Foto: Rodrigo Dionisio
Itatinga?”. A pergunta que o Coletivo PI devolve é “Por que não no Itatinga?”. A proposta de fazer essa ação no bairro partiu da equipe de programação do Sesc Campinas e o PI logo aceitou o desafio, afinal, Entre Saltos visa exatamente dar lugar de ação para qualquer mulher que se sinta a vontade para performar. Por que não fazer a performance em um local que concentra 2000 mulheres? O trabalho foi dividido em duas vertentes: o Coletivo PI ministrou uma oficina de Intervenção Urbana e um bate papo sobre feminilidades e a cidade no Sesc Campinas e esteve no Itatinga várias vezes para divulgar a Performance e ficar de plantão para explicar para as moradoras o objetivo e a sequência de ações.

Para isso, foi necessário o apoio da Associação das Mulheres Guerreiras e da Pastoral da Mulher Marginalizada que colaboraram na divulgação e estrutura necessárias para que o Sesc e o Coletivo PI fizessem esse trabalho. Foram três dias de plantão para que as meninas pudessem conhecer a performance Entre Saltos e para que o PI também conhecesse as meninas do Itatinga. No Sesc foram dois dias de encontros.

E o resultado concretizado em 14 de março de 2014 foi incrível. Cerca de quarenta
Foto: Rodrigo Dionisio
mulheres, estudantes, artistas, jovens, profissionais do sexo, missionárias, idosas, travestis, negras, brancas, obesas, altas, magras... todas juntas pelo simples, ou nem tão simples, fato de serem mulheres. Por terem sua essência baseada no feminino e carregarem, por isso, impulsos artísticos, questionamentos e repressões frutos de sua condição feminina. Naquele momento não haviam diferenças entre quem era quem e essa é a força dessa performance. Ao final, a escultura desenvolvida com os sapatos foi um emaranhado destes sobre o parapeito da passarela de pedestres em frente ao bairro.

As opiniões foram diversas, dentro e fora de todas as instituições envolvidas nessa ação, mas para o Coeltivo PI, o resultado foi extremamente positivo pelos desafios de trabalhar com intervenção urbana, os questionamentos que colocam o pensamento artístico e social em foco e, principalmente, pelas pessoas que passarão a fazer parte da história deste coletivo.


Mais fotos da performance Entre Saltos - Campinas/SP, 14/03/2014.
Imagens: Rodrigo Dionisio








13.3.14

Bate Papo “Feminilidades e a Cidade” no Sesc Campinas

O encontro faz parte da programação da performance Entre Saltos na cidade.

Performance Entre Saltos em São Paulo.
Foto: Eduardo Bernardino
Em um mundo onde as funções sociais e os limites de gênero ora parecem se diluir, ora parecem cercear as pessoas em estereótipos, o Coletivo PI busca discutir hoje à noite o feminino e cidade e na cidade “desenhada e construída por homens e para homens” - Priscilla Toscano. O objetivo do bate papo é refletir sobre o olhar feminino para a rua a partir de noções de alteridade, memória e aproximações.

Ana Teresa Fernández pauta suas
obras em torno do feminino.
O evento “Feminilidades e a Cidade” compõe a programação do projeto cultural Entre Saltos na cidade, realizado pelo Sesc Campinas. Participarão da mesa as diretoras do Coletivo PI, Pâmella Cruz e Priscilla Toscano e a artista plástica mexicana Ana Teresa Fernández.

O encontro é aberto ao público e os ingressos serão distribuídos na Central de Atendimento do Sesc Campinas uma hora antes do início do bate papo. Este será realizado no Espaço Expositivo a partir das 20h30. O Sesc Campinas fica na Rua Dom José I, 270/333 – Bonfim, Campinas, próximo a rodoviária da cidade.

A performance Entre Saltos será realizada amanhã, 14 de março, no bairro Jardim Itatinga, às 15h.

Por Chai Rodrigues

11.3.14

Coletivo PI inicia hoje as atividades para performance Entre Saltos em Campinas, São Paulo

Foto: Eduardo Bernardino

Oficina e a Intervenção Urbana serão realizadas no bairro Jardim Itatinga e no Sesc Campinas

No mês de março o Sesc Campinas traz a performance Entre Saltos do, Coletivo Pi, para compor a programação de artes visuais. Haverá uma oficina de performance urbana gratuita para preparar artistas e pessoas interessadas.

Entre Saltos é uma intervenção urbana que aborda a figura da mulher no mundo contemporâneo. Trata da construção da imagem do feminino em relação ao espaço público. A ação se dá em forma de um desfile público, de várias mulheres, que caminham juntas pelas ruas da cidade com um salto no pé e outro descalço, e com isso pretende enfatizar o equilíbrio e o desequilíbrio enfrentados pelo feminino na metáfora do “sapato de salto alto”. Ao término, os performers construirão poeticamente uma “escultura social” com a participação da artista plástica e performer mexicana Ana Teresa Fernández, que veio de São Francisco - CA para realizar este trabalho com o PI. Entre Saltos recebeu o Prêmio Funarte Mulheres nas Artes Visuais e recentemente foi realizada no centro na cidade de São Paulo. O projeto ainda irá percorrer as cidades de Porto Alegre/RS, Curitiba/PR, São Gonçalo/RJ e Salvador/BA.

O Sesc Campinas propôs ao Coletivo PI a realização de Entre Saltos no Jardim Itatinga, bairro periférico da cidade, contando inclusive com a colaboração das prostitutas que lá vivem e trabalham por meio da parceria com a Associação de Mulheres Guerreiras, organização campineira integrante da Rede Nacional de Prostitutas, que luta pelo reconhecimento legal do profissional do sexo, por meio da organização da categoria e sua mobilização em defesa e promoção de seus direitos. A ação também conta com o apoio de profissionais autônomos e comerciantes do bairro e tem parcerias com as instituições: Pastoral da Mulher Marginalizada e Centro de Estudos e Promoção da Mulher Marginalizada (CEPROMM), ambas situadas no Jardim Itatinga.

O grupo de mulheres que participarão da performance será preparado a partir de oficinas realizadas no Sesc Campinas e no Jardim Itatinga.

Veja a programação:
11/03 - das 13h às 17h: Encontros Preparatórios
Local: Jardim Itatinga
Encontros de preparação de mulheres residentes no Jardim Itatinga e imediações para a participação na performance “Entre Saltos”. A recepção das participantes acontecerá entre as 13h e 17h conforme disponibilidade das interessadas, com integrantes do Coletivo PI.
Endereço: Pastoral da Mulher Marginaliazada, Rua Caiuá, 277, Jardim Itatinga, Campinas. 
Vagas limitadas. Inscrições no CEPROMM, à Rua Corumbataí, 254, Jd. Itatinga.
Grátis. Recomendado para maiores de 18 anos.

12/03 - das 18h30 às 21h30: Oficina de Intervenção Urbana
Local: Espaço Expositivo Sesc Campinas
Encontro teórico e prático sobre intervenção urbana que abordará a questão da feminilidade e visará a preparação das participantes para a performance “Entre Saltos”, que ocorrerá em

13/03 - das 13h às 17h: Encontros Preparatórios
Local: Jardim Itatinga

13/03 - 20h30: Bate-papo "Feminilidades e a Cidade"
Local: Espaço Expositivo Sesc Campinas
Reflexões sobre o olhar feminino para a rua e a cidade a partir das noções de afetividade, memória e aproximações. Com integrantes do Coletivo Pi e a artista mexicana Ana Teresa Fernandez.
Retirada de ingressos na Central de Atendimento a partir de 1h antes do evento. Grátis.

14/03 - 15h: Performance Entre Saltos
Local: Jardim Itatinga.
As oficinas oferecidas pelo PI no Sesc bem como no Jardim Itatinga visam preparar as pessoas para realizar a performance Entre Saltos que será realizada às 15h no Jardim Itatinga. Todas as mulheres que fizerem a oficina do dia 12 no Sesc poderão participar da performance e deverão, para isso, apresentar-se na unidade as 13h do dia 14/03 para preparação e de lá seguirão com carro do Sesc para o Itatinga. As mulheres residentes do Itatinga deverão se apresentar às 13h na Pastoral da Mulher para preparo da intervenção.
A atividade é direcionada a pessoas do gênero feminino interessadas em intervenções urbanas, artes cênicas e visuais, que queiram participar dessa ação poética.


As inscrições podem ser feitas até o dia da oficina no Sesc Campinas, ou preenchendo o formulário: https://docs.google.com/forms/d/1_h6-mB5nG11LFYbgHAFo-WZsly32CJMHgCaFWDhaOU8/viewform. Aguardar confirmação.

2.3.14

Performance Urbana Entre Saltos em São Paulo

Foto Eduardo Bernardino
Primeira ação do projeto pelo Prêmio Funarte Mulheres nas Artes Visuais mostrou a força do trabalho artístico feito por mulheres.

No último dia 22 de fevereiro, entre blocos pré-carnaval, manifestações contra a Copa do Mundo, mais de quarenta mulheres vestidas em tons de vermelho, com um salto no pé e outro na mão, desceram a Rua Augusta, atravessaram a Praça Roosevelt, passaram pelo bairro República e enterraram seus sapatos no Vale do Anhangabaú, região central da cidade de São Paulo, encerrando a primeira das cinco intervenções urbanas do projeto Entre Saltos.

O objetivo da performance é mostrar o feminino contemporâneo que se equilibra em Saltos, mesmo que de maneira inconstante, e o potencial artístico das mulheres. Na saída do coro, Priscilla Toscano, uma das diretoras do Coletivo PI, dedicou a ação a todas as mulheres, principalmente as que são artistas e “tiveram sua criação podada e subjugada pela história da arte sendo, inclusive, impedidas de assinar os próprios trabalhos artísticos devido ao fato de serem mulheres” (Priscilla Toscano).

Foto Eduardo Bernardino
No Vale do Anhangabaú, a performance se encontrou com o grupo Ilú Obá De Min de música e dança africanas e que ensaiava no Vale para o carnaval. O grupo composto somente de mulheres potencializou, naquele momento a força da energia feminina no espaço. A escultura social desenvolvida pela artista plástica Ana Teresa Fernández e o Coletivo PI, dos sapatos aterrados como um cemitério de preconceitos permaneceu durante todo o sábado. No domingo apenas um par de sapatos havia no local. Como a maioria das intervenções urbanas, Entre Saltos surgiu, se expôs e sumiu deixando apenas vestígios de sua passagem. A próxima intervenção será em Campinas, interior de São Paulo, dia 14 de março.

Imagens da performance Entre Saltos. São Paulo, 22 de fevereiro de 2014.
Fotos de Eduardo Bernardino








Confira mais fotos da performance Entre Saltos - São Paulo