A intervenção urbana é uma forma de arte cujo objetivo é interagir, de maneira criativa e poética, com o espaço cotidiano e as pessoas. As intervenções são capazes de reinventar, ainda que momentaneamente, novos sentidos ao espaço escolhido e suscitar novas percepções às pessoas.

18.5.12

Os corpos de Antony Gormley

Ao andar por algumas ruas do centro de São Paulo, você já deve ter reparado (ou vai reparar agora) em alguns corpos suicidas no topo de alguns prédios.
Estes corpos são obra do artista plástico inglês Antony Gormley, e integra a mostra "Corpos Presentes" organizada pelo Centro Cultural Banco do Brasil. 
A mostra, inédita no Brasil, busca traçar um panorama da carreira do artista e ilustrar a diversidade de sua obra, com instalações, modelos, maquetes, gravuras, fotografia e vídeos.


 Antony Gormley, que em 1992 criou Amazonian Field com milhares de pequenas figuras esculpidas em terracota - obra feita para a ECO 92 e exibida em Rondônia, afirma ter aprendido com artistas brasileiros como Lygia Clark, Hélio Oiticica e Cildo Meireles a importância da dimensão social da arte. 

 A intrigante instalação Event Horizon (Horizonte de Eventos), a que nos referimos no início, já foi montada em Londres e Nova York e reúne no entorno do CCBB 31 esculturas de corpos de ferro em tamanho real, tendo como molde o próprio corpo do artista, ocupando espaços públicos.


A instalação transforma o espaço urbano, ainda passando desapercebida para alguns distraídos, de uma maneira extremamente instigante. Quando foi realizada em Nova York, em 2010, na Madison Square, Event Horizon assustou muita gente que achou que as esculturas eram potenciais suicidas.

Event Horizon é um nome que vem da física, sobre a idade da visão a partir de um buraco negro, das constelações em expansão, depois do big-bang, que se movimentam rapidamente. O princípio básico dessa obra é uma ideia conceitual de que somos limitados pela percepção. O corpo é tirado de onde ele normalmente se encontra e está exposto contra o céu, olhando um horizonte que não podemos ver porque estamos incrustados na cidade. Quero que as pessoas olhem ao redor”.


Para conhecer mais sobre o trabalho de Antony Gormley, acesse seu site: www.antonygormley.com .


Para não perder:
Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB)
Rua Álvares Penteado, 112 - Centro
Até 15 de julho
Terça a domingo, das 9h às 21h
Entrada franca

8.5.12

Performances na Virada

Este fim de semana aconteceu a Virada Cultural aqui em São Paulo. Dentro de um leque de opções que a programação oferecia pra você apreciar e desfrutar, nós, do pi, destacamos duas performances que fomos conferir, no palco da Arte Corporal, na Rua 24 de maio.

 Uma delas é a performance "6", de Marcelo D'Avilla. O artista construiu um exoesqueleto do qual, aos poucos, surge um novo corpo. Esse invólucro disforme, do qual não sabemos ainda o que surgirá, nos sugere idéias, sensações, formas que aparecem e evaporam, acompanhadas de uma pulsação que reforça a vida existente ali, mesmo que seja um novo "estar vivo".

A performance fala sobre transformação, concepção e o nascimento de um corpo novo, uma ideia, um ideal. Seis (6) é uma personagem desconfigurada de padrões, não possui estigmas, dogmas, doutrinas ou ligação com nenhum partido. É um objeto, uma pedra, um ser não reconhecido pelo mundo que aos poucos sente. Transborda e se quebra em busca de uma nova forma. Busca nos elementos mais naturais um meio de se desvincular de forma antiga. Aos poucos reconhece sua pele e seus movimentos nunca antes utilizados. Consiste em seis atos interligados entre eles pelos seus opostos. Onde a imagem primeira é a oposta da ultima, sua sucessora é oposta da penúltima e a terceira por sua vez oposta da antepenúltima.
Fonte: viradacultural.org





Já o performer T. Angel, concebeu e dirigiu O peso do cinza e as memórias de nós. Neste trabalho, 12 performers representam as diversas minorias da nossa sociedade, como o índio, o pobre, a mulher, o travesti, a 'puta', o imigrante, o gay, entre outros, retratando uma santa ceia das minorias.


O trabalho discute a questão da ocupação do espaço das cidades cosmopolitas e busca gerar uma reflexão sobre as aproximações e distanciamentos que emergem das políticas vigentes. É uma performance que trata do duelo entre opressores e oprimidos e da violação das chamadas minorias nos grandes centros urbanos. Busca-se acima de tudo ecoar gritos de liberdade, reivindicando através da poética do corpo o espaço de cada um na selva de pedra. 
Fonte: http://xtangelx.wordpress.com



Para saber mais sobre o trabalho desses artistas, acesse:

Marcelo D'Avilla: facebook.com/marcelo.davilla
Fotos: Natalia Vianna