A intervenção urbana é uma forma de arte cujo objetivo é interagir, de maneira criativa e poética, com o espaço cotidiano e as pessoas. As intervenções são capazes de reinventar, ainda que momentaneamente, novos sentidos ao espaço escolhido e suscitar novas percepções às pessoas.

29.6.15

Última edição do Sarau do PI, na Casa das Rosas, fala sobre dramaturgia feminina

Quarto sarau será realizado dia 04 de julho. Uma oportunidade para conhecer o trabalho de jovens artistas que pensam a literatura e a cena.

         A produção feminina na dramaturgia será o foco da quarta e última edição do Sarau do PI em 2015, na Casa das Rosas.Desde março, o Coletivo PI ocupa o espaço, uma vez por mês, mostrando a produção literária feminina contemporânea. Depois de passar pela poesia e crônica, literatura erótica e literatura de periferia, agora o Coletivo traz a produção de mulheres que unem a literatura e a cena, reforçando ainda mais a característica do Coletivo PI de unir diversas manifestações artísticas em seus eventos.
         Assim como nas edições anteriores, o sarau possui uma programação com convidados em linguagens diversas e também momentos de abertura de microfone para o público mostrar seus trabalhos ou suas autoras favoritas.
         Para encerrar a sequencia de Saraus culturais, o PI convidou para o bate papo Paloma Franca Amorim, do Coletiva Vulva da Vovó e Maria Giulia Pinheiro, do grupo Companhia e Fúria. Ambos são formados por mulheres que buscam discutir por meio da arte o universo feminino. O Vulva a Vovó nasce a partir do encontro de jovens artistas feministas e pró-feministas a fim de produzir atividade estética e poética combativa baseada em discussões sobre as problemáticas de gênero, raça e classe na cultura e na sociedade contemporânea. Já o Companhia e Fúria existe desde 2012 para pesquisar esteticamente pulsões criativas sem restrição de linguagem com enfoque temático na representação da mulher. As artistas vão falar sobre seus trabalhos individuais na dramaturgia e as pulsões que levam à criação dos dois coletivos. A conversa será conduzida pela mestre em literatura comparada Talita Mochiute e Pâmella Cruz.
         O sarau terá três intervenções cênicas. A atriz e dramaturga Pamella Martelli fará a leitura do seu texto "Entre corredor e sala de estar", encenado pela primeira vez no projeto SP Dramaturgias, da SP Escola de Teatro. O público verá pela primeira vez a cena performativa EU e ELA, encenada pelas diretoras do Coletivo PI, Pâmella Cruz e Priscilla Toscano. Na cena, duas mulheres se relacionam trocando objetos, roupas, fluídos que carregam consigo. A exploração do universo feminino e dos signos que representam a mulher permeiam as ações. A atriz Priscilla Leal trará para o sarau um fragmento de sua pesquisa sobre uma grande personalidade feminina. Baseada nas cartas da escultora francesa do final do século XIX Camille Claudel, a artista busca superar o estigma que tornou Camille conhecida - o de ter sido amante de Auguste Rodin - e busca mostrar a artista e sua relevância na história da arte.
         A última edição do Sarau conta com a finalização da ação poética "Meu corpo, minhas regras", desenvolvida por Jean Carlo Cunha. Em todas as edições do Sarau foram coletados depoimentos, frases e pensamentos em diferentes plataformas e estímulos sobre a expressão que dá nome à ação. A partir desse material, será escrita uma cena durante o evento e lia ao final do Sarau.
         A música e o audiovisual também estarão presentes no Sarau do PI por meio da participação da cantora Paula Castiglioni e do violonista Ravin Landim que vão tocar e cantar músicas do universo feminino e da exibição de trechos dos solos performativos desenvolvidos pelas artistas Angela Adriana, Isabella Dragão e Priscilla Toscano para a peça teatral Pulsão, do grupo Desvio Coletivo, em 2013.   O Sarau do PI - Dramaturgia Feminina começa às 19h na Casa das Rosas. A entrada é franca, mas é preciso retirar os ingressos uma hora antes do sarau.

SARAU DO PI - DRAMATURGIA FEMININA
Quando: 04 de julho (sábado)
Horário: 19h as 21h30
Onde: Casa das Rosas – Avenida Paulista, 37 (próximo à estação de metrô Brigadeiro)
Atividade gratuita - serão distribuídos convites para entrada na Casa das Rosas 1 hora antes do início do Sarau. Espaço sujeito a lotação.
Público: livre
  
Artistas confirmados no próximo Sarau do PI – Dramaturgia Feminina

Paloma Franca Amorim | Coletiva Vulva da Vovó
Foto: Divulgação
A Coletiva Vulva da Vovó nasce a partir do encontro de jovens artistas feministas e pró-feministas a fim de produzir atividade estética e poética combativa baseada em discussões sobre as problemáticas de gênero, raça e classe na cultura e na sociedade contemporânea. O grupo nesse momento está em processo com o trabalho autoral Tudo que Você Sempre Fingiu que Nunca Soube. A peça explora a relação entre a militarização do Estado e a vida política das Mães da Praça de Maio, que perderam seus filhos durante os regimes ditatoriais na América Latina e das Mães de Maio, mulheres brasileiras não brancas e de baixa renda, que perdem seus filhos em ações violentas da policia.
Mais informações: facebook.com/vulvadavovo

Maria Giulia Pinheiro | Companhia e Fúria
     Fotos: Vic Von Poser | Divulgação                   
Maria Giulia Pinheiro é autora do livro “Da Poeta ao Inevitável (Ed. Patuá/13) e dramaturga dos espetáculos  “Mais um Hamlet”, “Alteridade” e “Bruta Flor do Querer”, em que também assina a direção. É membra-fundadora do grupo Companhia e Fúria, em que atua, dirige e escreve. Ainda compõe o grupo, formado em 2012, as artistas Beatriz Kovacsik, Giulia Fontes, Luisa Hokema. O Companhia e Fúria foi criado para pesquisar esteticamente pulsões criativas sem restrição de linguagem com enfoque temático na representação da mulher. Atualmente, o grupo está em processo de montagem da peça “Alteridade”, com direção de Luaa Gabanini.
Mais informações: Página Companhia e Fúria

Pamella Martelli
Foto: Divulgação
Atriz, dramaturga, contadora de histórias e arte educadora. Integra o coletivo fleuma e o Grupo de Jongo Filhos da Semente. Bacharel em Teatro, atualmente é aprendiz de dramaturgia pela SP Escola de Teatro. Em abril de 2015, seu texto "Entre o Corredor e a Sala de Estar" teve leitura encenada no projeto SP Dramaturgias. Recentemente, escreveu e atuou em parceria com Marcus Mazieri e o Coletivo fleuma a peça Prática Incessante que segue agora para a fase regional do Mapa Cultural Paulista. Em “Entre corredor e a sala de estar” os seres ficcionais habitam uma casa em ruínas. Divididos em os que vão e os que ficam, a peça pretende suscitar e transgredir noções de tempo e espaço. A angustia feminina da espera, o desconhecimento do regresso e a decisão da partida estão presentes e unidos por um fio invisível chamado tempo.

Priscilla Leal
Fotos: Alex Vilas Boas
Atriz e gestora cultural. Participou de diversos espetáculos, com destaque para "Flores Anônimas" e "A última noite do Le Corselet", nos quais iniciou sua pesquisa sobre gênero. Como gestora cultural idealizou e executou o projeto "Mulheres Artistas na Ditadura", realizado em 2014, na Caixa Cultural São Paulo. Atualmente é a responsável pelo blog LAS ABUELITAS, um espaço para mulheres artistas. Priscilla irá apresentar uma cena de sua pesquisa a partir das cartas da artista Camille Claudel, escultora francesa do final do século XIX. Tinha muito talento. Muita coisa para falar. Ficou conhecida na história como amante de outro escultor: Auguste Rodin. E como louca. Mas quando a artista se olha no espelho ela vê... a artista!
Mais informações: lasabuelitas.com

Paula Castiglioni
Foto: Roni Adame
Pianista,cantora e regente, busca a naturalidade de fazer música com qualidade. Estuda música desde muito antes do que se lembra... e assim crê que a experiência artística deve enriquecer sua atuação no cenário musical paulistano. Atualmente cursa Mestrado em Música na Unicamp. Neste Sarau na Casa das Rosas, junto com violonista versátil, professor e compositor Ravi Landim, que acaba de lançar um disco “Das andanças e seus retalhos'', Paula irá interpretar músicas do universo feminino, algumas marcas de montagens teatrais, fechando o ciclo do Sarau do PI.



EU e ELA
Foto: Natalia Vianna
Eu e Ela é uma cena performativa, em que duas mulheres se relacionam trocando objetos, roupas, fluídos que carregam consigo. A exploração do universo feminino e dos signos que representam a mulher permeiam as ações. A ação será feita aberta ao público pela primeira vez no sarau, sendo encenada pelas diretoras do Coletivo PI: Pâmella Cruz e Priscilla Toscano.




Meu corpo, minhas regras
Fotos: Roni Adame
A ação poética "Meu corpo, minhas regras" foi pensada para ser desenvolvida em quatro etapas durante as edições do sarau do PI na casa das rosas. A primeira permitiu que o público através de uma caneta num caderno expressasse pela escrita sua opinião, já que o tema foi poesia. A segunda ação provocou o público a se expressar com a escrita em batom num espelho, já que o tema era erotismo. A terceira ação se relacionou com a exibição de um Documentário de Isabela Monteiro, que ao final escreveu a frase em alemão e em português em duas telas e propôs que o público se manifestasse escrevendo a partir de então. Jean Carlo Cunha irá encenar a quarta etapa com a escrita de uma cena, que se inicia na abertura do sarau e será lida no final, a partir desse material coletado durante as três ações anteriores.

Vídeo – Solos Performativos de Pulsão
Foto: Eduardo Bernardino
O vídeo é a união de três cenas/solos performativos desenvolvidos pelas performers Angela Adriana, Isabella Dragão e Priscilla Toscano para a montagem da peça teatral Pulsão, do grupo de teatro, performance e intervenção urbana Desvio Coletivo, em 2013. As cenas foram desenvolvidas a partir da pergunta: Qual a sua doença?
Mais informações: desviocoletivo.com

27.6.15

"As lembranças e os sonhos nunca são exatos"

Intervenção urbana NA FAIXA brincou com o tempo e o espaço das cidades.

O tempo de cruzamento do semáforo de uma faixa de pedestres em uma cidade qualquer não muda, mas a sensação do passar do tempo pode variar de acordo com quem comanda a ação de sair e chegar a algum lugar. E se no meio do caminho de chegar ao outro lado da rua a pessoa ainda encontra duas pessoas com guarda-chuvas dançando? Ou três pessoas escrevendo uma frase num tecido? Ou duas mulheres fazendo um nado sincronizado no meio da rua? (Por que não?). Além disso, e se a pessoa enxerga duas outras pessoas de idades completamente diferentes fazendo a mesma ação ou o oposto delas? Aí é possível 'dar um nó' no tempo e no espaço. Como se fossem dois relógios contando, às vezes diminuindo e as às vezes acrescentando vida, mas sempre passando... e mudando.

Um dos objetivos do Coletivo PI ao fazer intervenções urbanas é quebrar esses fluxos temporais, provocando outras formas de ver a cidade e os habitantes dela. Indo até onde as pessoas estão nas suas rotinas, interferir poeticamente, passar e seguir. A intervenção urbana NA FAIXA, criada em 2011, foi desenvolvida para provocar essas rupturas. Entre os dias 13 e 19 de junho deste ano, as ações da intervenção percorreram várias cidades do Estado de São Paulo criando esses pequenos e efêmeros 'nós' no tempo e espaço. A dinâmica da ação consiste em encontros inusitados de duas pessoas durante o tempo do farol para pedestres. Estas criações fizeram parte da Campanha de Conscientização da Violência contra pessoas idosas, organizada pelo SESC-SP. Para a realização do projeto, o PI aceitou o desafio de integrar ao grupo quatro idosos, criando ações e imagens para sensibilizar os passantes sobre questões pertinentes à velhice, quebrando estereótipos, revelando encontros de gerações.
     

Nesta composição de 2015, a proposta de unir diferentes fases da vida proporcionou o encontro entre duas gerações diretas: Priscilla e Sandra Toscano. Filha, diretora do Coletivo PI e a Mãe Sandra, que sempre esteve presente auxiliando as produções do grupo (todos do PI são fãs dela), agora juntas em cena, interferindo na cidade: "Na última semana realizando a última edição do “Na Faixa” tive a oportunidade de compartilhar a cena com a Sandra Toscano. Minha mãe sempre esteve por perto ajudando na produção do Coletivo PI, mas todas as vezes no backstage. Dessa vez ela teve de sair do anonimato e ajudar atuando. Eu ganhei um presente por poder estar ao lado da pessoa que mais amo no mundo fazendo também o que eu mais amo nessa vida que é a intervenção urbana. O Coletivo PI teve o prazer de poder participar da campanha do Sesc de conscientização da violência contra a pessoa idosa inserindo na intervenção “Na Faixa” o encontro de gerações para discutir temas delicados e extremamente necessários, que é o olhar para a pessoa idosa, o cuidado e a atenção que devemos exercitar e a capacidade de se colocar no lugar do outro. E claro, esse encontro de gerações ganhou uma dose extra de poesia pela sensível escolha de promover o encontro de mãe e filha nessa obra. Foi incrível!", afirma Priscilla Toscano.

Priscilla e Sandra Toscano em uma das intervenções
do NA FAIXA. Foto: Rodrigo Dionisio
Além das duas, participaram das ações os convidados Ignez Polidoro, José Luis Gonçalves e Paulo Cardoso. O Coletivo PI ainda contou com as atuações de Jean Carlo Cunha, Natalia Vianna e Pâmella Cruz. Os oito performers provocaram o Tempo, mostrando que Ele pode não ser tão linear assim como parece e, mesmo sendo, é possível dançar, se dependurar e brincar sobre essa linha imaginária. Durante as intervenções, quem passava  recebia um cartão postal com o poema Relatividade, de Jefferson Santana, como uma lembrança da ação artística. Não uma lembrança exata, mais ainda assim uma lembrança.

Confira as imagens da intervenção urbana NA FAIXA em 2015
Fotos: Rodrigo Dionisio


Vídeo da Intervenção NA FAIXA, 2015


Por Chai Rodrigues

10.6.15

Intervenção urbana 'Na Faixa' leva poesia e humor para as faixas de pedestres de São Paulo



Intervenção Na Faixa no Festival BaixoCentro (2013). Foto: Eduardo Bernardino
Em junho, o Coletivo PI realiza a ação em várias cidades do Estado em meio à Campanha de conscientização da violência contra pessoas idosas, organizada pelo SESC SP.


         Na Faixa é uma intervenção urbana do Coletivo PI, criada originalmente em 2011, que mostra os encontros inusitados de duas pessoas durante o tempo do farol para pedestres. Agora, ação terá participação de quatro idosos, criando ações e imagens que sensibilizem para questões pertinentes à terceira fase da vida, quebrando estereótipos, revelando encontros de gerações.

         O trabalho está na programação da Campanha de conscientização da violência contra pessoas idosas organizada pelo SESC SP, que acontece nas unidades das capitais e interior durante a semana de 13 a 19 de junho. O marco é o dia 15, instituído pela ONU em 2006 como data internacional de combate a violência e luta pelos direitos à pessoa idosa. 

         Na Faixa foi criado originalmente para o cruzamento da Av. Paulista com Av. Brigadeiro Luis Antonio na cidade de São Paulo em 2011 e vem, ao longo do tempo, sendo modificado a cada farol novo em que é realizado. É uma ação com doses de humor e poesia, que brinca com o ato de esperar e de travessia, mostrando diversas formas de encontrar alguém no meio da multidão. O projeto já foi realizado para Festival Baixo Centro 2013 e fez parte da série Cenas Urbanas do canal Discovery TLC, exibido em 2013.

         Agora, integrando a programação do SESC, a intervenção acontecerá em faixas de diferentes cidades de São Paulo, contagiando as ruas com humor e poesia, explorando as relações entre pessoas de gerações distintas, desconstruindo clichês, mostrando encontros inusitados, divertidos e poéticos, aguçando um olhar sensível sobre a cidade e o respeito às pessoas da terceira idade.

         A intervenção lida com uma dose de humor, de ironia, uma brincadeira no meio da cidade. Uma imagem que surge do asfalto. Um recorte e colagem de ações para ressaltar o olhar das pessoas para o espaço em que vivemos por meio do contraste, do exagero, da ludicidade. Compor e contrapor ao mesmo tempo com o cenário urbano e fazer referência à ideia do artista de rua. 

         No novo formato, com os idosos compondo a ação, foram feitas  adaptações das cenas já existentes e a criação de novas imagens, explorando as relações entre pessoas de gerações distintas, desconstruindo clichês e revelando encontros inusitados, divertidos e poéticos. Um exemplo destes encontros é uma dança com guarda-chuvas em plena rua entre uma jovem e uma senhora. Outra possibilidade é um idoso grafitando em um painel a pergunta: “O que é invisível na cidade?”.

        
Postais serão entregues aos transeuntes para perpetuar a lembrança da ação do Coletivo. Foto: Rodrigo Dionisio
Como forma de divulgação da ação e da importância do “Dia mundial de conscientização da violência contra a pessoa idosa”, serão entregues cartões postais, com fotos da ação e um poema de Jefferson Santana sobre o tempo, para os motoristas e transeuntes no momento da ação. O postal é um rastro, uma lembrança do “Na faixa” que é efêmero, passageiro, poetizando o espaço comum da vida.

         Segundo Pâmella Cruz, diretora do PI: "Na Faixa propõe um olhar diferenciado à rua e torna o simples ato de encontrar alguém pano de fundo para as mais diversas ações e imagens que se formam e se vão no rápido tempo de passagem de pedestres. A criação veio do estudo dos símbolos das cidades e do modelo comportamental impessoal que assumimos no espaço público. Desta forma, elaboramos e reelaboramos um roteiro com mais de dez ações que acontecem na faixa de pedestres, transformando um ato banal em espetacular e uma imagem espetacular em cotidiana. Agora com o convite do SESC, mostraremos o lado inusitado e poético da terceira idade, focaremos no encontro de gerações e como devemos romper as barreiras da indiferença, buscando uma convivência solidária pelas ruas da cidade. Na Faixa, fará refletir como somos hoje e como pensamos o futuro, se ainda precisaremos de leis e cartazes obrigatórios nos transportes para ceder o lugar, de multas para parada de um carro dando espaço aos pedestres, enfim nos faz pensar que formas de vida buscamos em nosso cotidiano".



Para saber se irá cruzar com Na Faixa, confira a programação.

(a cada cidade haverá três ou seis entradas em faixas de pedestre das ruas)

13/jun 10h30 às 13h Bairro: Vila Mariana – SP

13/jun 15h às 16h30 Bairro: Pompeia - SP

14/jun 10h às 18h Cidade: Santos 

15/jun 8h30 às 10h Região da Av. Paulista  - SP

15/jun 14h às 15h30 Cidade: São Caetano 

16/jun 10h às 11h30 Bairro: Santo Amaro

16/jun 15h às 16h30 Bairro: Campo Limpo 

17/jun 12h às 18h Cidade: Bauru 

18/jun 13h às 18h Cidade: Ribeirão Preto 

19/jun 11h às 18h Cidade: Piracicaba



Ficha Técnica

Criação e Produção: Coletivo PI
Performers: Jean Carlo Cunha, Natalia Vianna, Pâmella Cruz e Priscilla Toscano (Coletivo PI), Ignez Polidoro, José Luis Gonçalves, Paulo Cardoso, Sandra Toscano.

Vídeo da intervenção Na Faixa gravado para o canal TLC, em 2012.


6.6.15

Terceira edição do Sarau do PI discutiu, na Avenida Paulista, a produção feita na periferia da cidade



Foto: Roni Adame

Evento na Casa das Rosas contou com escritoras, pesquisadoras, música e performances. 


         As duas últimas edições do Sarau do PI abordaram temáticas que podem direcionar a forma de fazer literatura, mas tanto no sarau sobre literatura erótica quanto no sarau sobre literatura de periferia uma questão está cada vez mais latente: dá pra separar a produção rigorosamente em temas? Eles realmente determinam a linguagem da produção artística? Durante o bate papo entre Jéssica Balbino e Michele Santos, por exemplo, uma das questões feitas pelo público foi: é possível escrever literatura de periferia sem morar na periferia? Para Jessica, não; para Michele, sim. A discussão sobre forma X conteúdo cruzou todo o bate papo.


         Vários outros assuntos correram durante a conversa que durou 40 minutos na Casa das Rosas, no último sábado, dia 30/05. As convidadas falaram sobre seus trabalhos, suas autoras favoritas e seus projetos. Jessica Balbino, inclusive coordenada uma pesquisa sobre produção de literatura marginal feita por mulheres. Os interessados podem responder o questionário no portal Margens (margens.com.br)  e apontar quais autoras conhecem ou se apresentar como produtoras. Acima de tudo, o que mais interessa é abrir espaço para a produção feminina.


         Cumprindo a tradição do sarau de unir diversas artes, após a primeira abertura de microfone, o público foi direcionado na área externa da Casa das Rosas para assistir a cena performática COMA, das artistas Emanuela Araújo e Fernanda Pérez. Após a ação o público pode assistir o vídeo documentário de Iza Monteiro falando sobre sua trajetória para se reconhecer e ser reconhecida como mulher. O trabalho se uniu às ações "Meu corpo, minhas regras", de Jean Carlo Cunha. As pessoas foram convidadas a escrever sobre o tema em telas distribuídas pelo salão. O resultado desses depoimentos será conferido no próximo Sarau do PI, que encerra esse ciclo do coletivo na Casa.


         Fechando essa edição, a cantora Graça Cunha e o músico Stefanio Faustino presentearam o público com músicas feitas por grandes mulheres, inclusive uma composição própria de Graça Cunha. A próxima edição do Sarau do PI será dia 04 de junho, a partir das 19h. O tema será Dramaturgia Feminina.


Confira as imagens do III Sarau do PI - Literatura Feminina Contemporânea

LITERATURA DE PERIFERIA

Fotos: Roni Adame



Por Chai Rodrigues