A intervenção urbana é uma forma de arte cujo objetivo é interagir, de maneira criativa e poética, com o espaço cotidiano e as pessoas. As intervenções são capazes de reinventar, ainda que momentaneamente, novos sentidos ao espaço escolhido e suscitar novas percepções às pessoas.

5.11.15

Coletivo PI reestreia peça O retrato mais que óbvio daquilo que não vemos

Apresentações serão no baixo centro de São Paulo e falam sobre a especulação imobiliária da região.
Em 2014 o Coletivo PI movimentou a região da Casa das Caldeiras, zona oeste de São Paulo com a peça O retrato mais que óbvio daquilo que não vemos. Em 2015 o Coletivo se muda para a região do Baixo Centro de São Paulo para falar sobre os desafios e conflitos do local.
Dia 07 de novembro a peça reestreia sempre aos sábados e domingos até 12 de dezembro. Serão 12 apresentações partindo sempre da sede da SP Escola de Teatro, localizada na Rua Marquês de Itu, onde o grupo faz residência. O espetáculo itinerante percorre diversas ruas do entorno com cenas e intervenções que dialogam com o espaço e mostrando figuras marcantes do centro da cidade. O projeto tem incentivo do Edital Prêmio Funarte Artes Cênicas na Rua (Circo, Dança e Teatro) 2014, da Funarte (Fundação Nacional das Artes) ligada ao Ministério da Cultura. 
A montagem tem como base propositora a especulação imobiliária e o conceito de espetacularização da cidade. Tudo começa com o público sendo recepcionado por corretores de imóveis que tratam a todos como compradores em potencial e inicia um tour pela região apresentando um novo conceito em moradia: O Complexo New Wave, um empreendimento único da cultura “sharing”, que revitalizará a região do centro propondo uma nova forma de moradia e comportamento.
 O roteiro trata da vida agitada das grandes metrópoles, traz uma mulher comum, a personagem Norma, como fio-condutor e um empreendimento imobiliário como mote principal para colocar em evidência acontecimentos banais na aparente normalidade da vida cotidiana. O  projeto brinca com realidade e ficção, tornando o público ora observador distante ora personagem da trama, o público se torna jogador/feitor de uma história que se faz a cada dia única.
A encenação tem inspirações teóricas de Michel Foucault e Zygmunt Bauman e propõe ao público uma imersão na arquitetura da região e no próprio organismo urbano, do qual somos partes.
“A peça ganha novas cenas, intervenções e características com a pesquisa no Baixo Centro, o roteiro e as imagens criadas foram pensadas para região  e o seu universo, marcado pelo processo de embelezamento dos novos empreendimentos e exclusão dos antigos moradores, a presença da prostituição e moradores de rua. O centro é um híbrido de ritmos, moradores, comércios e funções. O nosso roteiro dialoga com suas peculiaridades e questiona o que queremos para nossa cidade. Nessa temporada,  nosso projeto enriquece com a presença do Bijari e suas criações conosco para instalações;  com Pedro Vale, artista plástico, tecendo novas imagens das figuras que perambulam durante o trajeto e o Renato Navarro realizando a trilha sonora. Enfim, estamos ansiosos para compartilhar com o público o trabalho, ocupando as ruas e dialogando com a arquitetura e os  moradores da região”, diz Pâmella Cruz, diretora do espetáculo e do Coletivo PI.
O espetáculo O retrato mais que óbvio daquilo que não vemos será realizado em temporada totalmente gratuita. Para esta temporada o Coletivo PI amplia sua pesquisa por meio da parceria com o Coletivo Bijari, compondo a proposta de iluminação e projeções durante o trajeto. O Bijari, é um núcleo de SP  que trabalha há mais  18 anos com arquitetura e intervenção urbana.

PIPI
Além da temporada, o Coletivo PI fará a terceira edição do PIPI – Prováveis Inquietações sobre Performance e Intervenção, um encontro para reunir pesquisadores e coletivos que ocupam a cidade com intervenções e pensam novos significados para a cidade. O PIPI será realizado dia 17 de novembro (terça-feira), às 19h na SP Escola de Teatro da Praça Roosevelt e é aberto ao público.

FICHA TÉCNICA
Produção:  Coletivo PI
Concepção Original:  Natalia Vianna, Pâmella Cruz, Priscilla Toscano
Criação: Coletivo PI
Dramaturgia: Coletivo PI
Direção: Pâmella Cruz
Assistência de Direção: Natalia Vianna
Iluminação: Bijari
Trilha Sonora: Renato Navarro
Figurino e Adereços: Emanuela Araújo e Pedro Vale
Preparação Corporal: Júlio Razec
Preparação Vocal: Marcelo Prudente
Elenco:  Chai Rodrigues; Emanuela Araújo; Fernanda Pérez; Júlio Razec; Marcelo Prudente; Mari Sanhudo; Matheus Félix; Natalia Vianna; Pâmella Cruz; Thiago Camacho.
Direção de Produção: Chai Rodrigues
Assistentes de Produção: Jean Carlo Cunha e Mari Sanhudo
Operação de luz: Flávia Servidone
Contrarregragem: Eduardo Garcia, Darah Menezes e Lucas S. do Couto
Assessoria de Imprensa e Comunicação: Luciana Gandelini e Chai Rodrigues
  
INFORMAÇÕES SOBRE O ESPETÁCULO
Público- Alvo: Pessoas acima de dezoito anos.
Quantidade por apresentação: 40 pessoas
Temporada: 07/11 a 13/12: Sábados e Domingos.
Horários: 20h (Sábados) e 19h (domingos)
Chegar com vinte minutos de antecedência para retirada dos ingressos
Espetáculo Itinerante: Favor comparecer com roupas leves, bolsas e mochilas pequenas. Haverá chapelaria para o público guardar pertences.
Local – SP Escola de Teatro. Endereço: Rua Marquês de Itu, nº273, Vila Buarque, São Paulo - SP, CEP 01223-001.