A intervenção urbana é uma forma de arte cujo objetivo é interagir, de maneira criativa e poética, com o espaço cotidiano e as pessoas. As intervenções são capazes de reinventar, ainda que momentaneamente, novos sentidos ao espaço escolhido e suscitar novas percepções às pessoas.

6.6.15

Terceira edição do Sarau do PI discutiu, na Avenida Paulista, a produção feita na periferia da cidade



Foto: Roni Adame

Evento na Casa das Rosas contou com escritoras, pesquisadoras, música e performances. 


         As duas últimas edições do Sarau do PI abordaram temáticas que podem direcionar a forma de fazer literatura, mas tanto no sarau sobre literatura erótica quanto no sarau sobre literatura de periferia uma questão está cada vez mais latente: dá pra separar a produção rigorosamente em temas? Eles realmente determinam a linguagem da produção artística? Durante o bate papo entre Jéssica Balbino e Michele Santos, por exemplo, uma das questões feitas pelo público foi: é possível escrever literatura de periferia sem morar na periferia? Para Jessica, não; para Michele, sim. A discussão sobre forma X conteúdo cruzou todo o bate papo.


         Vários outros assuntos correram durante a conversa que durou 40 minutos na Casa das Rosas, no último sábado, dia 30/05. As convidadas falaram sobre seus trabalhos, suas autoras favoritas e seus projetos. Jessica Balbino, inclusive coordenada uma pesquisa sobre produção de literatura marginal feita por mulheres. Os interessados podem responder o questionário no portal Margens (margens.com.br)  e apontar quais autoras conhecem ou se apresentar como produtoras. Acima de tudo, o que mais interessa é abrir espaço para a produção feminina.


         Cumprindo a tradição do sarau de unir diversas artes, após a primeira abertura de microfone, o público foi direcionado na área externa da Casa das Rosas para assistir a cena performática COMA, das artistas Emanuela Araújo e Fernanda Pérez. Após a ação o público pode assistir o vídeo documentário de Iza Monteiro falando sobre sua trajetória para se reconhecer e ser reconhecida como mulher. O trabalho se uniu às ações "Meu corpo, minhas regras", de Jean Carlo Cunha. As pessoas foram convidadas a escrever sobre o tema em telas distribuídas pelo salão. O resultado desses depoimentos será conferido no próximo Sarau do PI, que encerra esse ciclo do coletivo na Casa.


         Fechando essa edição, a cantora Graça Cunha e o músico Stefanio Faustino presentearam o público com músicas feitas por grandes mulheres, inclusive uma composição própria de Graça Cunha. A próxima edição do Sarau do PI será dia 04 de junho, a partir das 19h. O tema será Dramaturgia Feminina.


Confira as imagens do III Sarau do PI - Literatura Feminina Contemporânea

LITERATURA DE PERIFERIA

Fotos: Roni Adame



Por Chai Rodrigues

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