3ª edição do
projeto sobre literatura feminina contemporânea ocorre no próximo sábado, na
Casa das Rosas.
Em sua terceira edição, o Sarau do PI -
Literatura Feminima Contemporânea traz a temática da periferia e a mulher,
dando voz aos textos de importantes representantes, começando por Carolina
Maria de Jesus, que nesse ano completa cem anos de seu nascimento. Dessa vez o
bate-papo sobre literatura, mediado por Talita Mochiute, será com Jéssica
Balbino, e sua imersão na cultura hip-hop, e Michele Santos, do Sarau Sobrenome
Liberdade.
A programação do Sarau ainda conta com
a presença da cantora Graça Cunha e do violinista Stefanio Faustino,
interpretando canções de compositoras brasileiras; a cena performática COMA das
atrizes Emanuela Araújo e Fernanda Pérez, além do trabalho "Meu Corpo
Minhas Regras" de Jean Carlo Cunha com a participação de Iza Monteiro, alargando
as discussões de gênero, narrando sua história como transexual na busca de ser
reconhecida como mulher.
O sarau é aberto será realizado no
próximo sábado, dia 30 de maio, a partir das 19h, na Casa das Rosas em São
Paulo. O evento é gratuito e todos podem participar. Os ingressos serão
distribuídos com uma hora de antecedência e o espaço está sujeito a lotação. A Casa das Rosas fica na Avenida Paulista, 37 - próximo à
estação Brigadeiro, do metrô.
Saiba mais
sobre os artistas da 3ª edição do Sarau do PI: Literatura de Periferia.
As palavras escrevem caminhos: foi assim que
Michele Santos juntou-se ao time de poetas do Sarau Sobrenome Liberdade, na
região do Grajaú, zona Sul de São Paulo (onde atua como organizadora, mas
vez-quando suspeita-se mediadora de espantos) e tornou-se educadora nas redes
públicas de ensino de São Paulo. Entre saraus e salas de aula, a propagação da
literatura atual e atuante é marca e princípio. Marginal, periférico, cânone –
quando a palavra fala mais alto, as adjetivações ficam mudas. Por isso acredita
no poder da disseminação cultural dos saraus e no ficcional da literatura como
estratégia para construir realidades mais dignas, com especial apreço ao que
diz respeito à voz feminina inserida no cenário artístico.“Toda via,” seu
primeiro livro, está em estágio de edição. Tão logo venha: palavra de mulher.
Jornalista, mestranda em comunicação pelo Labjor/IEL da
Unicamp, criadora do Margens, editora do
site G1, pesquisadora, amante, apaixonada, entusiasta da literatura
marginal/periférica/contemporânea brasileira. Viciada em saraus, poesia e
livros. Participa com rigor de debates sobre cultura, arte, direitos humanos,
literatura, feminismo e periferia. Especializada em jornalismo
literário/digital e comunitário, produtora cultural com vivência intervenções,
cursos e saraus. Produtora e assessora de imprensa e comunicação do Inquérito
desde 2010 e das atividades e campanhas ligadas ao grupo desde então. Como a
campanha de combate ao álcool “Um Brinde“, a criação do livro #PoucasPalavras,
de Renan Inquérito e a criação, produção e comunicação do sarau Parada Poética.
Autora dos livros Traficando Conhecimento (Aeroplano, 2010) e Hip-Hop: A
Cultura Marginal (Independente, 2006), além de participar como coautora de
diferentes obras vinculadas à literatura marginal e ao hip-hop. Revisou os
livros “100 contos por 10 contos trocados”, “Troco um causo por um conto” e
“Quase”, de Daniel Viana, inspirados em intervenções urbanas e micronarrativas.
Membro dos coletivos Frente Nacional de Mulheres do Hip-Hop (FNMH²), Hip-Hop
Mulher e Mjiba. Ministra oficinas, workshops e palestras sobre jornalismo
hip-hop, literatura periférica e cultura marginal, além de escrevo
eventualmente sobre hip-hop e literatura marginal para o site Bocada Forte.
Produz também o documentário “Cada Canto Um Rap, Cada Rap Um Canto’, com Renan
Inquérito e Vras77. Já escreveu para veículos especializados como Portal e
revista RAP Nacional, Viva Favela, jornal Boletim do Kaos, para o número
especial da Revista da Cooperifa e para uma edição do O Menelick – 2º Ato, com
reportagem sobre a Livraria Suburbano Convicto, além de uma reportagem sobre o
mesmo tema para a Revista Overmundo.
COMA é uma cena performática sobre
questões do universo feminino e a marginalidade como o aborto ilegal e
moradoras de rua. Criada pelas atrizes Emanuela Araújo e Fernanda Perez, a cena
começa na Avenida Paulista e invade o espaço da Casa das Rosas, aguçando a
curiosidade dos transeuntes e surpreendendo o público do sarau. Para ilustrar o
tom de COMA, as criadoras reconstroem um trecho da peça Gota D’Água: Cuspe, veneno, carne, moinho, dor, cebola,
coentro, gordura, sangue frio no centro de uma mesma mesa. Misture inverta.
Moer a carne. Sangrar o unguento. Envenene. Unguento uma baba grossa e escura.
Paladar violento, engolindo a criatura, co' a morte lenta e segura.
Iniciou
sua carreira em 1993, como solista no Musical Noturno de Oswaldo Montenegro, na
Oficina dos Menestréis. Em sua trajetória, a cantora possui mais de 2000
trabalhos que foram ao ar (entre jingles e locuções para TV, Rádio e Cinema),
assim como participações em CDs de artistas de renome, como Rita Lee, Jota
Quest, Skank, Paulo Miklos, entre outros. Fez participações em CDs lançados no Exterior, como
Eletrobossa Nights (Azul Music) e
Brazilian Divas (Experience Records, lançado apenas no Japão), e no Brasil, nos
CDs Cartola para Todos (MCD), Um olhar
Corciolli (Azul Music) e Rio 58
Roberto Coelho (MCD). Sua voz também se faz presente nos Documentários
Pelé Eterno (2004), Cantoras do Rádio (Nov./2008) e Fiel, o Filme documentário sobre o Corinthians, lançado em
Abril/2009. Graça também integra desde Setembro de 2005, a Banda do Programa
Altas Horas do Apresentador Serginho Groisman, que vai ao ar nas madrugadas de
Sábado na Rede Globo, com reprise aos
Domingos às 16h30 pelo Canal Multishow. Em
2007, lançou seu primeiro CD Solo De Virada, pela Gravadora Azul Music. Com
este álbum, Graça Cunha foi indicada ao Grammy Latino em 2 categorias: Melhor
CD de MPB e Artista Revelação. Também recebeu uma honrosa crítica de Nélson
Motta ao seu trabalho, no Programa Sintonia Fina, que vai ao ar pela Rádio
Eldorado FM. Lançou seu álbum Tiro de letra em dezembro de 2011
A
ação Meu Corpo Minhas Regras, de Jean Carlo Cunha do Coletivo PI, que acompanha
as edições do sarau, agora recebe a narrativa de Iza Monteiro, contando sua trajetória
para ser reconhecida como mulher, alargando as discussões de gênero. O trabalho
questiona os padrões e imposições da cultura quanto ao uso do corpo. Trate-se de ações poéticas que dialogam com as
questões em torno do universo feminino, onde a decisão do uso do corpo, deve
ser pessoal e intransferível, nem da igreja, nem da família e nem do Estado. É
uma frase que surge em meados de 2012 no movimento "Marcha das
Vadias", e desde então é usada para uma série de protestos e manifestações
feministas.
Talita Mochiute (mediadora)
Jornalista, possui graduação em Letras pela USP e Mestrado em
Teoria Literária e Literatura Comparada com pesquisa em torno da obra Coetzee,
com enfoque na figura do narrador. Tem experiência profissional na área de
Jornalismo e Editoração. É parceria do Coletivo PI no Sarau de Literatura
Feminina Contemporânea, assinando a curadoria em literatura e a mediação da
conversa com as autoras.
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