A intervenção urbana é uma forma de arte cujo objetivo é interagir, de maneira criativa e poética, com o espaço cotidiano e as pessoas. As intervenções são capazes de reinventar, ainda que momentaneamente, novos sentidos ao espaço escolhido e suscitar novas percepções às pessoas.

20.4.15

Edição de abril do Sarau do PI aborda o universo erótico na literatura e na performance



A partir da direita: Marcelo D'Avilla, Banquete Obsenu, Amor [Sem título], Sweetie Bird e 'Meu corpo minhas regras

Evento na Casa das Rosas reunirá diversos artistas e conta com a participação livre do público expondo suas principais autoras eróticas.

         O universo erótico será o centro da atenções da próxima edição do Sarau do PI, sobre Literatura Feminina Contemporânea. O evento será realizado na Casa das Rosas, localizada na Avenida Paulista, no próximo dia 25 de abril (sábado), a partir das 7h da noite.

         O Sarau do PI é uma tradição do Coletivo e tem como principal característica a união de diferentes linguagens artísticas, como música, literatura e performance. Alguns artistas já estão confirmados, mas o sarau conta também com os momentos onde o público em geral pode subir ao palco e expor suas poesias e textos próprios ou de suas autoras favoritas. Será o dia para mostrar a beleza e a poesia que carrega a Literatura Erótica e que esta faz parte de todas as pessoas e possui um espaço importante na Literatura e na arte em geral.

         Entre os convidados do Sarau estará a Ana Rüsche, escritora e pesquisadora, autora dos livros Rasgada (200 5), Sarabanda (2007), Nós que Adoramos um Documentário (2010) e Acordados (2007). A escritora mantém site anarusche.com e o blog ana erre furiosa, onde a autora publica seus textos e dá dicas sobre literatura. Entre as performances, o artista Marcelo D'Avilla assume seu pseudônimo "Sete de Ouros" e levará duas performances que discutem o empoderamento do gênero em suas multiplicidades, questionando sobre "o que é o feminino" e "o que é erótico", a ação The Lap Dance Is Present de caráter relacional e duracional e Kátia Flávia embalado por um hino pop nacional onde em sua poesia a mulher torna-se dona do morro e legitima seu poder na sociedade. Já a ação Banquete ObsceNU será realizada por Marose Leila e Barros Batista que parte da leitura de fragmentos literários do livro ‘Contos d’escárnio – textos grotescos’, uma das três obras que compõe a trilogia obscena de Hilda Hilst. A performer Sweetie Bird, fará uma apresentação burlesca a partir de uma das músicas da cantora americana Ella Fitzgerald. Durante o sarau será exibido a vídeo performance Amor [Sem Título], de Priscilla Toscano. Através da actionpainting, beijos, abraços, apertos, amassos, muito amor e tesão ao lado do performer Atton Macário, a artista pinta uma tela a partir de vaginapainting. Durante todo o sarau, o artista Jean Carlo Cunha executará a ação poética Meu corpo, minhas regras - 2, concebida para o Sarau do PI e que interliga as quatro edições do evento. A primeira ação ocorreu durante o sarau de março, sobre poesia e crônica Feminina. Um caderno foi disposto para o público onde este poderia se manifestar a partir da frase Meu corpo, minhas regras. A segunda ação parte da mesma frase e as pessoas poderão se manifestar sobre por meio de espelhos, batons e lápis de olho. "Acredito que são ações simples, que com a participação coletiva, podem ter potência e ser transformadoras, como grande parte dos ideais do Coletivo PI". Conclui Jean Carlo Cunha.

         O Sarau do PI  - Literatura Feminina Contemporânea foi vencedor do edital para promoção de Saraus na Casa das Rosas em 2015, concebido pela Poiesis. Em março foi realizada a primeira edição sobre Poesia e Crônica Feminina. Em abril, será a vez da Literatura Erótica. Em maio, dia 30, o tema será Literatura Marginal e dia 04 de julho, o sarau abre espaço para a Dramaturgia Feminina. O evento é aberto ao público e a entrada é franca.


Saiba mais sobre os convidados e suas apresentações no Sarau do PI - Literatura Erótica



Juliana Frank
Roteirista e escritora. Seu primeiro livro publicado, Quenga de Plástico (2011/ 7 letras), a revelou como um dos novos e fortes nomes da literatura erótica brasileira. Por causa dele, a escritora ganhou fama de desbocada e ousada na sua linguagem e recebeu críticas por escrever sobre sexo da forma como faz. Em 2012 participou da coletânea 50 versões de amor e prazer: 50 contos eróticos por 13 autoras brasileiras, da Geração Editorial. Em 2013 lançou Cabeça de pimpinela (7 letras) e Meu Coração de Pedra Pomes (Cia das Letras), fortalecendo a literatura de personagens femininas. Seus textos também foram publicados no caderno Ilustríssima, da Folha de S.Paulo, e nas revistas Cult e Lado7. Saiba mais sobre o trabalho de Juliana Frank em Blog: http://joufrank.blogspot.com.br/



Foto: Divulgação
Ana Rüsche

Escritora, atende também por ana erre. Ministra oficinas de criação e cursos sobre arte contemporânea. Faz o próprio pão, a própria cerveja e mora com seu cão. Há dez anos produz blogs e sites voltados para a literatura. Hoje ela administra o site anarusche.com e o blog ana erre furiosa. Seu primeiro livro foi uma edição de autor, o Rasgada (Quinze & Trinta, São Paulo: 2005), que recebeu tradução ao espanhol (Ed. Limón Partido, Cidade do México:2008, tradução Alberto Trejo, rev. Alan Mills). Depois publicou o Sarabanda (poesia, Selo Demônio Negro, São Paulo: 2007), que recebeu, em 2013, uma 2a edição da Ed. Patuá (2013). Seu terceiro livro de poesia foi o Nós que Adoramos um Documentário (poesia, Ed. Ourivesaria da Palavra, São Paulo: 2010, apoio ProAC – Secretaria de Estado da Cultura). Em prosa, Ana assina o romance Acordados (Ed. Amauta, Brasil: 2007, apoio PAC – Secretaria de Estado da Cultura), quando estruturou o projeto Distribuição por Contrabando, onde leitores escolhidos pela autora recebiam 10 exemplares do livro e se comprometiam em entregar um exemplar para outras leitores.




Foto: Paula Coradini
Marcelo D'Avilla - Sete de Ouros

Bailarino desde 2003 com formação pela Royal Academy of Dance – Londres. Atualmente assina a curadoria do festival Música.Performance do Centro Cultural do Banco do Brasil (SP). Seus mais recentes trabalhos “Gender Freeak” (2013-2014) e “The Lap Dance Is Present” (2014) fazem parte do primeiro e segundo volume do Contemporary Performance Almanac, lançado internacionalmente pela ContemporaryPerformance.org (2014-2015). O performer levará ao Sarau duas performances que discutem o empoderamento do gênero em suas multiplicidades, questionando sobre "o que é o feminino" e "o que é erótico". Sua ação "The Lap Dance Is Present" se conecta diretamente ao público pelo seu caráter relacional e duracional de uma ação feita especificamente para uma única pessoa. A performance já foi apresentada no Pop Porn Festival 5 - SP, no Porn Film Festival Berlin 9 - Alemanha e na Semana de Cultura do Mackenzie no DAFAM. Já "Kátia Flávia" carrega os ícones de uma sociedade guiada pela cultura do corpo, embalados por um hino pop nacional onde em sua poesia a mulher torna-se dona do morro e legitima seu poder na sociedade. "Kátia Flavia" foi apresentada no Pop Porn Festival 5, na Erotika Fair 2015 e no Festival Yes, nós temos burlesco, do Rio de Janeiro. Link: marcelodavilla.wordpress.com




Foto: Diógenes S. Miranda & Lua Lopes
Banquete ObsceNU

Crasso, Otávia, Flora, Josete, dentre outros personagens da escritora Hilda Hilst, convidam o público para um saboroso banquete `obscenu` a luz de velas e regado com a leitura de fragmentos literários e adoráveis bandalheiras da autora. Os personagens, apresentados no banquete pelos atores Marose Leila e Barros Batista fazem parte do livro ‘Contos d’escárnio – textos grotescos’, uma das três obras que compõe a trilogia obscena de Hilst. No excerto que será lido, o sexagenário Crasso resolve narrar suas memoráveis aventuras sexuais. Um texto muito palatável, parecendo contrariar o que dissera anteriormente Hilda Hilst de seu trabalho: “- Parece que sou mesmo indigesta”. Banquete obscenu traz à mesa uma pitada de prazer, deleite e erotismo. Um alimento muito aprazível para o corpo e a alma.

Ficha técnica

Concepção geral: Marose Leila e Barros Batista
Pesquisa e seleção de textos: Marose Leila, Barros Batista e Tatiana Schunck
Direção: Tatiana Schunck
Pesquisa visual: Juliana Mendonça do Vale




Foto: Alex Korolkova
Sweetie Bird

Uma das primeiras strippers burlescas a se apresentar no Brasil, Sweetie Bird estudou diversos estilos de dança, do balé clássico ao waacking, como meio de adquirir um belo repertório de movimentos. Co­fundadora, ao lado de Marcelo D'Avilla, do primeiro coletivo burlesco do Brasil, o The BurlesqueTakeover. Sweetie Bird, também conhecida por seu nome de registro Rejoice Sunshine e se apresenta por todo o país desde o final de 2006 e agora também pode ser vista com frequência nos palcos de Las Vegas. É apresentadora o segmento de culinária Cozinha ao Ponto no programa Pornolândia, produzido pela XPlastic para o Canal Brasil. A performer trabalha principalmente com os estilos neo­burlesco e cabaret mas recentemente começou a usar o Burlesco Clássico e Bustout como ferramentas de humor e narração, influenciada pelas aulas feitas e o contato direto com as lendas vivas do gênero.

 

Foto: Hugo Cabral
Amor [Sem Título]

Arte, performance, dança, action painting, vagina painting, amor, sexo, paixão, tesão, namoro, casamento, exibicionismo, romance, ilusão, pornografia, fantasia, homem, mulher, plurais, Adão, Eva, XX, XY, feminino, masculino. Muitos títulos, tantas definições e posses.  A performance Amor [sem título] foi concebida por Priscilla Toscano e experimentada pela primeira vez por ela e Atton Macário no III Festival Pop Porn em São Paulo. A video performance foi criada a partir desse primeiro experimento. Através da actionpainting, beijos, abraços, apertos, amassos, muito amor e tesão eles pintam uma tela a partir de vaginapainting realizada pela performer. Priscila e Atton viveram um Amor sem título durante um ano. A video performance foi editada pela artista após o término do relacionamento. Duração 6 minutos.
Fan Page: Priscilla Toscano




Foto: Roni Adame
Meu corpo minhas regras - 2

Jean Carlo Cunha cria a Ação Poética "Meu corpo, minhas regras", 1, 2, 3 e 4, pensadas para serem apresentadas nas quatro edições do Sarau do PI na Casa das Rosas. Tratam-se de ações poéticas que dialogam com as questões em torno do universo feminino, onde a decisão do uso do corpo, deve ser pessoal e intransferível, nem da igreja, nem da família e nem do Estado. É uma frase que surge em meados de 2012 no movimento "Marcha das Vadias", e desde então é usada para uma série de protestos e manifestações feministas. A ação - 1, foi apresentada no primeiro sarau (poesia e crônica) e contava com um caderno sob uma mesa, onde com uma caneta o público poderia se manifestar a partir da frase disparadora: "Meu corpo, minhas regras". A Ação - 2, será apresentada no segundo sarau (erótico) e contará com espelhos, onde com batons e lápis de olho, o público poderá se manifestar a partir da mesma frase.


Sarau do PI - Literatura Erótica

Quando: 25 de abril (sábado)

Horário: das 19h às 21h30

Onde: Casa das Rosas – Avenida Paulista, 37 (próximo à estação de metrô Brigadeiro)

Atividade gratuita (livre)

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